Eu prefiro sorrisos e os presentes que a vida trouxe para perto de mim

É super normal todo intercambista sentir um calafrio, ou uma certa insegurança antes de começar a trilhar os caminhos rumo as novas descobertas, rumo a realização do intercâmbio. No meu caso não foi diferente, antes de ir para Portugal, eu tive muita insegurança frente ao novo, e muitas expectativas de como seria o lugar, as pessoas, a cultura na prática, a comida, enfim, muitos pensamentos de como seria viver na Europa.

Fazer amigos no intercâmbio e conhecer gente de todos os cantos do mundo é uma das melhores coisas de ir estudar no exterior. E o mais legal é que algumas amizades duram para a vida toda!

Uma vez me disseram e eu não acreditei “Não importa se está embarcando sozinho para o seu intercâmbio, a possibilidade de terminar com amigos que valem por uma vida é de 100%”. Não é que eu tenha duvidado, mas como viver uma amizade depois a km de distância?!

Pois bem, vamos lá então. No meu primeiro dia, em Portugal, já fiz uma amizade no aeroporto, essa história contei a uns dias atrás, no post Alô Portugal, tô chegando. Essa amizade é algo que levei durante o intercambio e tenho até hoje depois que voltei, é alguém mais que especial.

Mas ao chegar em Faro, tinha uma outra pessoa me esperando, uma pessoa que nunca tinha me visto, mas ofereceu sua casa, para que eu pudesse ficar até eu encontrar um apartamento. Ele é brasileiro e o nome dele é Dhouglas haha isso mesmo Dhouglas com H. Quando vi Dhouglas pela primeira vez, parecia que eu já conhecia ele a anos, como pode isso?? Vivemos altas aventuras juntos haha muitas festas, muitos porres né Dhoug, muita praiaa. Dhoug tem vários dotes: cozinha como ninguém, fazia amizade com todo mundo, organizava luau na praia, cortava e pintava meu cabelo e tantas outras coisas. Essa pessoinha tá marcada na minha vida e no meu coração.

E foi através de Dhoug que eu conheci o Carlos Eduardo haha meu #Edu. O Edu também é brasileiro. Quando vi Edu, senti uma paz tão grande, um rapaz de coração puro e uma simpatia sem igual, o sorriso dele dava mais vida aos meus dias. Foi Edu que foi comigo ver a minha nova casa e não é que depois ele acabou indo morar lá também!

Depois que Edu foi morar comigo e o México, (Carlos, mexicano com quem eu morava), a vida ficou ainda melhor, os nossos dias eram tão divertidos, a gente saia junto, comia junto, viajávamos juntos, ia para as discotecas juntos (as vezes porque ele não gostava muito não, ai eu chamava ele de velho rsrs). Nós tínhamos uma sacada compartilhada haha era minúscula, mas era a nossa sacada. A gente sentava lá pra ver o mar e para tomar nossa cervejinha, meu Deus como era bom. Só de lembrar meus olhos se enchem de lágrimas. Eu e Edu temos uma conexão tão forte que é difícil de explicar. É do intercâmbio para a vida, como eu amo ele <3.

Mas esse intercâmbio, trouxe tanta gente legal e bacana pra minha vida, pessoas que jamais vou esquecer, pessoas que marcaram a minha vida e a minha história.

Não posso deixar de falar do meu amigo mexicano, também se chama Carlos. Então, eu tinha dois Carlos em casa. Eu pensava sempre, que sorte eu tenho. O mexicano, me recebeu tão bem naquele apê, a gente passava horas na cozinha conversando sobre tudo né Carlos? Era uma conexão muito grande entre Brasil e México, até porque Carlos já conhecia o Brasil e eu tenho uma vontade imensa de conhecer o México. Apresentei outros mexicanos a Carlos, que conheci em uma festa e aí já era, log logo já éramos uma família. Compartilhávamos história, comida e muita cultura.

Vocês devem está se perguntando, nossa Tati, mas não fez amizade com nenhuma menina? Sempre tive facilidade em fazer amizades com homens, mas sim tive muitas amizades com meninas, mas uma delas preciso destacar aqui.

Em primeiro lugar ela é mineira como eu, nasceu na terra do pão de queijo e do leite como eu hahaa. Ela era minha parceira pra tudo, ela era daquelas Bora? Bora. Raissinhaaaa, ahh sem contar que é canceriana como eu, apesar de não ter nada de canceriana rsrsrs. Raissa foi e continua sendo minha amiga, vivemos tantas coisas juntas, viajamos, festamos, estudamos, fomos pra praia, me ajudava com os boys gringos kkkk e a agente se divertia e como se divertia. Sinto saudades das nossas quartas e sextas em que íamos juntas pras baladas de Faro. Ahh esqueci de contar que ela amava quando tocava funk, ai sim a mineirinha descia até o chão. Acredita que até ficamos presas no elevador? E o mais legal é que temos tudo isso registrado em vídeos e fotos e sempre que sinto saudades eu pego pra ver.

Mas o intercambio me deu muito mais ainda, fiz amigos de todo canto do mundo e de todo lugar do Brasil e isso é tão legal. Hoje quando fala de algum país eu já penso, nossa conheço uma pessoa que mora lá, que delícia né.

Mas te digo uma coisa, os brazucas estavam em todo lugar. Aos poucos nossa família ia crescendo e a cada dia aparecia alguém ali. Sei que há muitas controvérsias sobre manter contato com brasileiros ou fugir deles durante o intercâmbio. No final, o discurso pré-intercâmbio da maioria é: “quero morar com gringo”, “vou correr dos brazucas”, mas na prática a gente logo descobre que tudo isso é uma bobagem. Afinal, como citei acima, todos estamos no mesmo barco e dividir os momentos dessa experiência em um ambiente tão diferente do nosso é bem importante no processo todo.

E nós os brazucas a gente se entendia como ninguém. Só nós sabemos o valor que foi aquela conversa em um dia ruim, a ajuda de um amigo durante um choro, ou o abraço de felicidade por mais uma conquista, seja pequena ou grande. As risadas nos nossos “esquentas”. Nos momentos de perrengue, na hora de uma indicação de uma vaga, de uma dica sobre saúde, ou sobre como sair daquela roubada. No final, são eles, os brasileiros, amigos de casa, de quarto, de pub, que surgem para te dar a mão.

Como disse antes além de brasileiros tínhamos amigos de vários lugares do mundo, pessoas que fizeram a diferença no meu intercambio, fiz amizades com portugueses, polacas, espanhóis, franceses, mexicanos, porto riquenho, e de muitos outros lugares. E isso não tem preço, saber que tem alguém do outro lado do oceano que em algum momento vai lembrar daquela história que viveram juntos.

E hoje aqui no Brasil, posso dizer que conheço alguém de cada região, de norte a sul. Tem pessoas esperando a minha visita hahaha e isso é demais. A família de brasileiros que fizemos em Portugal estão aqui no meu coração e na minha memória sempre.

O intercâmbio me mostrou o quão simples pode ser a vida e o quanto precisamos lutar para não complicá-la. Concordo que ao retornar ao Brasil é difícil manter o foco em tudo aquilo que aprendemos e refletimos durante o intercâmbio, pois a vida é corrida e as pessoas que não passaram por tudo isso muitas, mas muitas vezes mesmo, não entendem a reviravolta que ocorre dentro da gente. Mas uma coisa eu garanto, o carinho, o respeito e agradecimento por diversas pessoas que, de forma simples ou grandiosa, foram especiais durante o meu intercâmbio, eu levarei comigo pra sempre.

A dica que eu dou desde já é: desate-se de seus preconceitos, esteja aberto para o novo, para o outro, para a oportunidade de estar com alguém que talvez em uma circunstância normal no Brasil, jamais daria certo, mas que aqui, na intensidade louca que é o intercâmbio, o improvável torna-se provável. Aprende-se e muito compartilhando histórias, fazendo confidências, com as lágrimas dos outros e muitas vezes a sua. No final, nos tornamos sim uma FAMÍLIA, alguns ocuparão um lugar de verdade em nossas vidas, outros se perderão pelo caminho, mas de uma forma ou de outra cada um deixará um pouquinho de si na nossa história e principalmente nas nossas memórias.

Obrigada por tudo que vivemos que juntos.

Amizades que o intercâmbio me deu <3

Beijinhos e até o próximo!

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